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O marketing de guerrilha é uma estratégia que usa a criatividade e o uso de poucos recursos de forma a surpreender o público, impactando-o de maneiras não convencionais.
Fugindo dos canais de marketing tradicionais, como TV, rádio, jornais e revistas, o marketing de guerrilha utiliza diversas ferramentas para atrair a atenção, com o intuito de causar grandes impactos e de ter efeitos de viralização.
Nesse artigo, vamos entender um pouco mais sobre o conceito de marketing de guerrilha. Vamos ver suas origens, além de entender sua importância dentro do mundo da internet.
E, claro, ver alguns exemplos bacanas de sua utilização.
O que é e onde surgiu o marketing de guerrilha
O nome marketing de guerrilha foi criado pelo escritor e publicitário norte-americano Jay Conrad Levinson. O termo foi criado em seu livro Guerrilla Marketing, lançado originalmente em 1983.
O conceito do autor foi inspirado na Guerra do Vietnã, que teve o Vietnã do Norte utilizando estratégias com poucos recursos, mas de grande impacto e resultados sobre seus adversários, o Vietnã do Sul e os Estados Unidos.
Assim, marketing de guerrilha é uma estratégia de marketing criativa e de baixo custo que busca causar um grande impacto no público, muitas vezes por meio de ações inesperadas, inusitadas ou até provocativas. A ideia é “sair do convencional” para chamar atenção de forma rápida, gerar buzz (boca a boca), engajamento e, muitas vezes, viralização nas redes sociais.
O nome vem da “guerra de guerrilha”, onde pequenos grupos usam táticas não convencionais para enfrentar forças maiores. No marketing, é o mesmo princípio: empresas menores, com orçamentos mais limitados, usam a criatividade para competir com marcas maiores.
O marketing de guerrilha geralmente é uma estratégia focada em locais públicos, de grande circulação. Os grandes cases costumam estar associado à mídia exterior, mas nos últimos anos, outras estratégias como o flashmob ganharam destaque.
Para identificar uma ação de guerrilha, geralmente observamos alguns pontos, como:
- alto impacto, surpresa e criatividade;
- uso de canais não convencionais ou uso dos canais convencionais de forma original;
- uso de formatos diferentes e ações de baixo custo.
Exemplos comuns de marketing de guerrilha:
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Intervenções urbanas: usar espaços públicos para criar experiências marcantes (como grafites, escadas transformadas em pianos, etc).
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Flash mobs: apresentações relâmpago em locais públicos que surpreendem quem está por perto.
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Ações de emboscada: quando uma marca aproveita um evento de grande visibilidade (como um show ou jogo) para se promover, sem ser patrocinadora oficial.
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Publicidade interativa: painéis que reagem ao movimento, à fala ou ao toque das pessoas.
Vantagens:
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Custo relativamente baixo
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Alto potencial de viralização
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Forte apelo emocional e engajamento
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Pode gerar mídia espontânea (as pessoas e veículos divulgam por conta própria)
Desvantagens:
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Risco de interpretações negativas
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Pode não atingir o público certo
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Difícil de mensurar resultados diretos
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Pode ser barrado por autoridades se não for autorizado
O marketing de guerrilha e a web
Em seu livro, Jay Conrad defende que o marketing de guerrilha tem como principal característica o diálogo com o público. A interatividade e a construção de relacionamentos, assim como a internet, são a base dessa estratégia. Esse conceito, como ele aponta no livro, vai em contraponto com o marketing tradicional, que é um monólogo.
Atualmente, uma característica importante é a convergência com a web. Com o uso da criatividade, ambas podem ser estratégias de custo baixo e podem ser utilizadas por pequenos empreendedores. Assim, não se trata somente de um universo de grandes marcas.
Mas onde a web e o marketing de guerrilha se encontram mesmo é no alto poder de viralização. A web, inclusive, serve como complemento para disseminar as ótimas e bem-sucedidas campanhas de marketing de guerrilha.
Isso vai de encontro com os conceitos mais atuais do marketing, onde o tripé “informar, convencer e motivar” não é mais o suficiente para trazer o consumidor. Surpreender, engajar e compartilhar fazem parte do dia a dia da web e o marketing de guerrilha permite um fortalecimento dessa relação com o público.
Sendo assim, é possível unir as duas estratégias, levando o público do marketing de guerrilha até a internet. Como ambas permitem a interação com os usuários, é possível criar uma base de dados a ser usada posteriormente na web.
Além disso, as redes sociais podem ser usadas para alavancar os resultados das campanhas de marketing de guerrilha. Estas, por sua vez, podem ser usadas para alavancar os resultados das mídias sociais.
Por que investir em marketing de guerrilha?
O primeiro ponto é o impacto com custo baixo. A estratégia pode ser usada por marcas de todos os tamanhos e verbas e dá a oportunidade de trazer o público mais próximo do seu produto/serviço.
Esse é um passo importante para se pensar. No marketing atual, o público deseja muito mais das marcas. Estar presente na mente do consumidor, hoje em dia, requer autenticidade e criatividade.
Criar um impacto imediato e levar esse consumidor até as redes sociais é uma forma de não precisar “pegar emprestado” o seu público do Facebook ou do Instagram. Em tempos de alcance cada vez menor nas redes, o marketing de guerrilha pode ser uma ótima forma de surpreender e gerar engajamento nas mídias sociais.
Alguns exemplos de marketing de guerrilha
As ações de flashmob já ficaram famosas na web. Separamos duas ações que viralizaram na web há alguns anos atrás e fizeram muito sucesso. A primeira, de 2011, é no metrô de Estocolmo. A segunda é das pastilhas Tic Tac, de 2012.
Uma ação muito bacana, realizada em 2006 pelo website de recrutamento e seleção Jobsintown.de utilizou a mídia exterior para impactar o público (alto impacto, diga-se de passagem).
E que tal essa ação muito bacana de uma empresa alemã de seguro para implantes dentários?
Uma ação que acho muito bacana foi dos Bancos do KitKat, utilizando os espaços públicos.
Esses poucos exemplos que mostramos mostram o poder de uma boa campanha de marketing de guerrilha.
Dicas para fazer um marketing de guerrilha bacana
Se você quer criar um marketing de guerrilha realmente marcante, precisa ir além da ideia criativa — é preciso planejar bem, pensar na experiência do público e garantir que a ação esteja alinhada com os valores da sua marca. Aqui vão algumas dicas valiosas pra te ajudar:
1. Conheça profundamente o seu público
Antes de pensar em qualquer ação, entenda quem você quer impactar. Desse modo, entenda quais são os hábitos, medos, desejos e rotinas do seu público. Afinal, uma boa ação de guerrilha surpreende de forma relevante — e isso só acontece quando você fala a linguagem do seu público.
2. Seja criativo, mas com propósito
O objetivo não é apenas “chocar” ou “fazer barulho”. Sua ideia precisa ser criativa, mas também precisa ter um motivo por trás: gerar curiosidade, destacar um benefício do produto, reforçar um posicionamento, provocar reflexão etc. Senão vira só entretenimento vazio.
3. Integre com outros canais
A ação pode acontecer no mundo físico, mas deve gerar ecos no digital. Pense em como ela será fotografada, filmada e compartilhada. Assim, use hashtags, incentive o público a postar e integre com sua estratégia de redes sociais, e-mail marketing ou campanha maior.
4. Use o elemento surpresa
Marketing de guerrilha funciona melhor quando pega as pessoas desprevenidas. Ou seja, locais inesperados, horários incomuns, interações inusitadas… tudo isso ajuda a criar uma experiência memorável. Mas atenção: surpreender não é o mesmo que invadir ou ser invasivo.
5. Tenha bom senso e empatia
Evite qualquer ideia que possa ofender, assustar ou gerar interpretações negativas. Afinal de contas, o marketing de guerrilha precisa ser ousado, mas nunca irresponsável. Pense em segurança, permissões legais e no impacto emocional da ação.
6. Crie ações replicáveis ou escaláveis
Nem sempre dá pra fazer uma ação gigante, mas você pode criar versões menores ou replicáveis em outras cidades, pontos de venda ou redes sociais. Assim, isso ajuda a prolongar o impacto e reforçar a mensagem.
7. Defina objetivos e meça resultados
Mesmo sendo algo fora do padrão, é importante ter um objetivo claro: quer gerar leads? Visitas? Seguidores? Notoriedade? Defina isso e acompanhe indicadores como menções, tráfego no site, engajamento, cobertura na mídia etc.
Bom humor, ótimas sacadas e muita criatividade podem fazer de um pequeno esforço, um grande sucesso. Mas não se esqueça de levar essas campanhas para a web, onde o alcance e o compartilhamento farão, certamente, uma boa campanha decolar.
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Artigo publicado em 15/04/2020 e atualizado nessa data.

Marcel Castilho é especialista em marketing digital, neuromarketing, neurociência, mindfulness e psicologia positiva. Além de publicitário, também é Master em Programação Neurolinguística. É fundador, proprietário e CEO da Vero Contentes e da agência offline VeroCom.