Getting your Trinity Audio player ready...
|
Em 27 de maio de 2024, foi confirmado um vazamento sem precedentes que sacudiu o mundo do SEO (Search Engine Optimization): milhares de páginas de documentos internos do Google contendo detalhes sobre o algoritmo de busca da empresa foram divulgados online. Esse evento histórico, apelidado de “Vazamento do Algoritmo do Google”, expôs segredos há muito guardados sobre o funcionamento da ferramenta de busca mais popular do mundo e gerou um turbilhão de questionamentos sobre o futuro da pesquisa online.
Como foi o vazamento do algoritmo do Google?
O vazamento consistiu em aproximadamente 2.600 páginas de documentações de API do Google contendo 14.014 atributos que detalham o funcionamento do algoritmo de busca da empresa, incluindo critérios de classificação, sinais de ranqueamento e métricas utilizadas para avaliar a qualidade dos sites. Desse modo, os documentos, que datam de 2017 a 2023, fornecem uma visão abrangente dos bastidores da ferramenta de busca e revelam como o Google utiliza uma variedade de fatores para determinar quais sites aparecem nos resultados de pesquisa.
Quando e como o vazamento aconteceu?
Os documentos foram vazados e disponibilizados em um fórum online frequentado por SEOs e especialistas em marketing digital, o GitHub. A origem do vazamento foi atribuída a Erfan Azimi por Mic King, profissional renomado de SEO internacional e teria sido, inicialmente, compartilhada com o ex-profissional de SEO Rand Fishkin, co-fundador da SparkToro, empresa especializada em pesquisa de audiência.
Fishkin publicou um artigo no blog da empresa, detalhando o vazamento do algoritmo em detalhes, assim como King, que detalhou a documentação no blog de sua empresa, a IPullRank e postou em seu perfil do X (ex-Twitter), um vídeo onde Azimi explica sobre o vazamento:
A documentação é realmente autêntica?
Alguns ex-funcionários do Google foram procurados para avaliar a documentação, mas não confirmaram que tiveram acesso a esses documentos quando ali estavam. Por outro lado, a análise geral é que as informações são autênticas, mas que precisariam de mais contexto para serem utilizadas em sua totalidade.
Sob o mesmo ponto de vista, o Google não negou a veracidade do documento, apenas posicionando-se que as informações são incompletas e que o algoritmo encontra-se constantemente em mudança.
Impacto do vazamento
O vazamento do algoritmo do Google teve um impacto significativo no mundo do SEO, gerando uma série de consequências:
- Maior transparência: O vazamento forneceu aos profissionais de SEO uma visão mais clara de como o algoritmo funciona, o que pode ajudá-los a otimizar seus sites de forma mais eficaz. Por outro lado, mostrou que há muito tempo os representantes do Google fornecem informações inverídicas sobre o real funcionamento do algoritmo.
- Mudanças no algoritmo: Além disso, o Google anunciou que são feitas mudanças no algoritmo constantemente, o que nos leva a crer que devemos continuar estudando e analisando os fatores de rankeamento.
O que o vazamento revela sobre o algoritmo do Google?
Os documentos vazados revelam que o algoritmo do Google é um sistema complexo que considera uma ampla gama de fatores para classificar os sites, maior ainda do que se imaginava. Desse modo, mostra quais dados o Google coleta das páginas da web, indicando alguns itens que parecem ser mais relevantes para o sistema de buscas.
Mas o que mais chamou a atenção na documentação foi o fato das declarações públicas dos representantes do Google sobre o algoritmo serem realmente diferentes do que está sendo visto.
Uso de dados do Chrome:
Apesar de negar publicamente, os documentos indicam que o Google utiliza dados do navegador Chrome para avaliar a qualidade das páginas, incluindo tempo de carregamento, experiência do usuário e comportamento de navegação.
CTR e tempo:
Diferentemente do que se pensava, as taxas de clique (CTR) e o tempo que os usuários passam em uma página são sim levados em consideração para ranquear sites.
Assinaturas de autoria:
Uma parte dos documentos parece mostrar que as assinaturas de autoria são uma métrica de classificação, o que era negado pelo Google anteriormente, que afirmava não impactar nas classificações.
Métrica de autoridade do site:
Confirmando as suspeitas de muitos SEOs, os documentos comprovam a existência de uma métrica interna de “autoridade do site”, utilizada para determinar o ranqueamento das páginas. Assim, essa métrica considera backlinks, reputação e engajamento do público.
Classificadores para temas sensíveis:
Os documentos vazados indicam que o Google utiliza classificadores específicos para lidar com temas sensíveis. Dessa forma, esses classificadores são responsáveis por analisar o conteúdo das páginas da web e identificar possíveis vieses no conteúdo. A partir dessa análise, o algoritmo pode ajustar a classificação dos sites, levando em consideração o teor identificado, o que levanta preocupações sobre a neutralidade do algoritmo de busca do Google.
Listas brancas de sites confiáveis:
Em contraste com a alegação de imparcialidade, os documentos indicam que o Google mantém listas de sites “confiáveis” em áreas sensíveis como saúde e finanças, priorizando-os nos resultados de busca, as chamadas whitelists.
Sandbox para sites novos:
Ao contrário das declarações oficiais, os documentos revelam a existência de um “sandbox” para novos sites, onde estes podem ter dificuldade em ranquear bem inicialmente, enquanto o Google avalia sua qualidade e confiabilidade.
NavBoost e avaliadores humanos:
O sistema “NavBoost” é utilizado para avaliar a relevância e qualidade dos sites, enquanto avaliadores humanos ainda desempenham um papel crucial na análise e refinamento dos algoritmos.
Limite de páginas:
O Google Search pode restringir o número de páginas ou posts de um site que aparecem nos resultados da pesquisa.
Conteúdo despriorizado:
Conteúdos com links irrelevantes, pornografia ou que geram insatisfação do usuário podem ter sua visibilidade reduzida nos resultados da pesquisa.
Histórico de versões:
O Google mantém um histórico de todas as versões de cada página indexada, mas analisa apenas as 20 alterações mais recentes ao avaliar links.
Idade do site:
A longevidade de um site na internet (avaliada pelo comando “hostAge”) é um fator importante para o seu ranqueamento.
Diretriz EEAT:
O Google foi, no mínimo, vago sobre como a diretriz EEAT (Experiência, Especialização, Autoridade e Confiabilidade) se aplica a sites. Apesar de afirmar que a diretriz visa apenas melhorar a experiência do usuário, há indícios de que ela também é usada para ranquear páginas.
TWIDDLERS – Ajustes Dinâmicos do Algoritmo:
Um aspecto crucial do vazamento são os “TWIDDLERS”, parâmetros ajustáveis que permitem ao Google modificar a ponderação dos fatores de ranqueamento de forma rápida e precisa. Isso garante que os resultados mais relevantes e de alta qualidade sejam exibidos aos usuários em constante mudança.
O que fazer a seguir?
Com o vazamento do algoritmo do Google, os SEOs precisam se adaptar para se manterem à frente da curva. Algumas dicas para o que fazer a seguir:
- Continue aprendendo: O algoritmo do Google está em constante evolução, por isso é importante continuar aprendendo sobre as últimas mudanças e atualizações.
- Mantenha-se atualizado: É importante acompanhar as últimas notícias e anúncios do Google sobre o algoritmo.
- Focar na qualidade: Os SEOs devem se concentrar em criar conteúdo de alta qualidade e oferecer uma boa experiência do usuário.
- Otimizar para dispositivos móveis: É essencial garantir que seus sites sejam otimizados para dispositivos móveis.
- Construir backlinks de qualidade: Concentre-se em construir backlinks de qualidade de outros sites confiáveis.
- Monitorar o ranking: Monitore o ranking de seus sites nos resultados de pesquisa do Google.
- Usar ferramentas de SEO: Existem diversas ferramentas de SEO disponíveis que podem ajudar os SEOs a otimizar seus sites para o algoritmo do Google.
Conclusão
O vazamento do algoritmo do Google é um evento sem precedentes com implicações de longo alcance para o futuro da pesquisa online. Os SEOs precisam se manter informados sobre as mudanças no algoritmo e adaptar suas estratégias de acordo. A transparência e a comunicação aberta entre o Google e a comunidade SEO são essenciais para garantir um futuro justo e equitativo para a pesquisa online.
Além das dicas acima, os SEOs também devem considerar o seguinte:
- Participar de fóruns e comunidades online: Existem diversos fóruns e comunidades online onde os SEOs podem discutir o algoritmo do Google e trocar ideias.
- Seguir especialistas em SEO: Existem diversos especialistas em SEO que publicam conteúdo online e oferecem cursos e serviços de consultoria.
- Testar e experimentar: A melhor maneira de aprender sobre o algoritmo do Google é testando e experimentando diferentes técnicas de SEO.
Ao seguir essas dicas, os SEOs podem se manter à frente da curva e garantir que seus sites tenham uma boa classificação nos resultados de pesquisa do Google.
Imagem: Freepik
Marcel Castilho é especialista em marketing digital, neuromarketing, neurociência, mindfulness e psicologia positiva. Além de publicitário, também é Master em Programação Neurolinguística. É fundador e proprietário da Vero Comunicação e também da agência digital Vero Contents.